A Sala das Lágrimas: Onde o Papa vive seu primeiro instante de silêncio e oração

A Sala das Lágrimas: Onde o Papa vive seu primeiro instante de silêncio e oração
Enquanto a Praça São Pedro se enche de expectativa e os olhares do mundo voltam-se para a sacada da Basílica Vaticana, o novo Papa vive um dos momentos mais íntimos e simbólicos de seu pontificado: sua passagem pela chamada Sala das Lágrimas.
Esse espaço, discreto e silencioso, está localizado à esquerda do altar da Capela Sistina e guarda séculos de tradição. É ali, longe dos olhos do mundo, que o pontífice recém-eleito veste pela primeira vez a batina branca papal — preparada com antecedência em três tamanhos pela alfaiataria Gammarelli, responsável pelas vestes dos papas desde o século XIX.
O nome da sala remonta a 1590, quando o Papa Gregório XIV, tomado por forte emoção ao ser eleito, chorou ali ao compreender o peso da missão que o aguardava. Desde então, a Sala das Lágrimas tornou-se um símbolo do momento de introspecção vivido por cada novo sucessor de Pedro, antes de ser apresentado à Igreja e ao mundo.
O ambiente é modesto, com cerca de nove metros quadrados. Suas paredes abobadadas guardam pinturas discretas. Há ali um sofá vermelho, duas cadeiras de madeira escura, uma mesa e um cabideiro — quase nada, além do silêncio que envolve esse instante de grande responsabilidade e espiritualidade.
Neste exato momento, é ali que o novo Papa está. Em oração, em lágrimas talvez, em profundo recolhimento. Em breve, ele surgirá à multidão, vestido de branco, como o pastor universal da Igreja. Mas por ora, está apenas um homem diante de Deus, prestes a dizer “sim” a uma missão que moldará sua vida — e a história.