Polícia Científica de São Paulo: referência mundial em perícias e tecnologia avançada
Polícia Científica de São Paulo: referência mundial em perícias e tecnologia avançada
Quem é fã de séries policiais como CSI, NCIS ou a brasileira Investigação Criminal, já deve ter se deparado com os métodos sofisticados de investigação usados por equipes especializadas. Mas você sabia que a Polícia Científica de São Paulo é considerada a mais avançada do Brasil e da América Latina? Vamos conhecer melhor o trabalho dos profissionais que atuam no maior Instituto de Criminalística (IC) da região.
Localizado no Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo, o IC é um exemplo global em perícias. A instituição utiliza alta tecnologia e uma análise científica rigorosa para desvendarem não apenas a dinâmica de crimes e acidentes, mas também para identificar culpados com precisão. O instituto, que há 100 anos vem aprimorando suas técnicas, se tornou referência mundial, sendo inspiração para filmes e documentários.
Os peritos do IC atuam em diversas áreas, incluindo análise de locais de crime, materiais, objetos e até mesmo de pessoas. Esses profissionais são essenciais para garantir que a justiça seja feita com precisão, como aconteceu no caso de um homem injustamente condenado por 137 anos, que foi libertado após o uso de análises genéticas que comprovaram sua inocência.
Segundo Ricardo Ortega, titular do IC, a tecnologia tem sido uma aliada fundamental para acompanhar os criminosos, que também se sofisticaram ao longo dos anos. "Temos profissionais altamente qualificados, como mestres e doutores, e equipamentos de ponta, muitas vezes parecendo de outro mundo, para desvendar esses casos e fazer justiça", afirma Ortega.
Desde 2023, o IC de São Paulo já realizou mais de 404 mil laudos e analisou uma série de materiais apreendidos, incluindo mais de 1 tonelada de drogas e 15,5 mil armas. O instituto utiliza tecnologias de ponta, como microscópios eletrônicos (capazes de ampliar até 400 mil vezes qualquer partícula), drone georradar (que detecta ossos, armas e drogas), cromatografia a gás (para identificar novos compostos e drogas ilícitas), e o ForenScope 4K (para detectar fragmentos biológicos com luzes e filtros forenses).
Esses recursos e tecnologias não são usados apenas em São Paulo, mas também ajudam outros estados e até mesmo organismos internacionais, como a ANVISA, para monitorar substâncias psicoativas. O IC também coopera com universidades renomadas, como a USP, Unifesp e Unicamp, além de parcerias com a Polícia Federal e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Essa colaboração é crucial para o desenvolvimento de novas técnicas periciais e descobertas que têm impacto no Brasil e no mundo.
O Instituto de Criminalística está estruturado em vários núcleos especializados, como o Núcleo de Acidente de Trânsito, que investiga desde a dinâmica dos acidentes até possíveis envolvimentos criminosos; o Núcleo de Perícias de Informática, que analisa celulares, computadores e tablets envolvidos em crimes como pornografia infantil, estelionato e lavagem de dinheiro; e o Núcleo de Crimes Contra a Pessoa, que realiza perícias em homicídios e suicídios utilizando métodos como luminescência para identificar vestígios de sangue, mesmo em locais já higienizados.
Outro setor importante é o Núcleo de Documentoscopia, que investiga falsificações de documentos e contratos, impedindo fraudes e injustiças, como o caso recente de um homem que foi salvo de ser cobrado por um contrato de aluguel fraudado.
Além desses núcleos, o IC conta com laboratórios de balística, engenharia, física, biologia e bioquímica, entre outros, que desempenham papel essencial em investigações complexas, como casos de abusos sexuais, identificação de pessoas desaparecidas e análises de drogas.
Com mais de 100 anos de história, o trabalho da Polícia Científica de São Paulo segue sendo um pilar fundamental para a justiça no estado, com um legado de precisão e tecnologia que inspira o mundo todo.